12.02.2008

Abre portas,
Pernas e comportas
Para o rio de desejo
Que te molha
A roupa
Que te lava
A alma.

Anda!
Deixa no solo
A sua marca.
Faz crescer verdes plantas,
Folhas, falo.
Deixa a palavra
Para o silêncio
Dos meus ais
No teu ventre,
Vento que calo.

Ergue-te sombra,
Sobra, solta,
Meu gemido
No carmim
Da sua boca,
Essa rouca expressão do certo,
Do caminho reto
Entre o sim e a cama.

Ama esse tremer
Do solo ereto,
Esse doidivanas
(De pensamento ladrão).

Anda.
Abre portas,
Pernas e comportas
Para o dengo
Digno clarão
Que te rubra a face,
Força, fenda
Ao despir seu sim
Fantasiado de não.