Misturo dizeres
Sabores
Ordem amarrada aos pratos
É tomate
É orégano
É olho grande
É desejo
É panela
Um pouco de morena em pó
Para esquentar a receita
E da branquinha
Para esquentar a goela
Misturo sabores
Dizeres
À revelia do olor que salta lá fora
É feijão
É arroz
É bebida que acompanha
É gozo
É espera
Um pouco de astúcia, um nó
Para aquentar a fome
Que revela
Um pouco de drible e sol
Para aquecer de raiva
O que falta, e muito, na espera
Um pouco de vontade, aguda, bemol
Para saborear à mesa
O manjar, o prato que te delicia,
O amor
Aquela.
3.26.2008
3.06.2008
Blotumbia
para Paula
Se chegou
sem rodeio
[quando chegou]
e foi tomando seu espaço
pulou cabeça
saltou tempo
não viu braço
e aportou
rasgando dentro
não viu boca
não viu queixo
chegou onde tinha de estar
perto do peito
dançou colado
cantou inteiro
sorriu bonito
beijou direito
[sem rodeio]
me fez livre
companheiro preso
ocupou o que era de direito
formou palavra
pensou alheio
costurou versos
poema e meio
assim, sem rodeio
destino solto
coração centro
onde sempre devia estar
dentro do peito.
3.04.2008
MILAGRES
Os meus milagres são feitos
em tentativas de versos.
A cada dia transformo
pão em pão
e vinho em vinho.
O meu Golias derrubo com palavras.
em tentativas de versos.
A cada dia transformo
pão em pão
e vinho em vinho.
O meu Golias derrubo com palavras.
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