Se te escrevesse uma carta
seria cheia de letras miúdas
para explicar, no fim da página,
cada detalhe do que virá,
do que sonho entre o cobrir e o descobrir da madrugada,
quando o revesamento do frio-calor
é alimentado pelo desejo e pelo ventilador
na velocidade mínima de expor o vento.
Um bando de coisinhas ditas
numa carta disfarçada de poema,
de trevo de quatro folhas,
de um imenso sexteto a tocar jazz
ou algo mais soul para te beijar
entre meus braços,
entre uma corrida e outra,
entre o trabalho e o limpar as bobagens do cachorro
bem ali no canto da sala.
Na verdade seria um rock tocando na cabeça
no meio da carta
com olhos de verão e coragem.
Esse poema sem disfarce ou revisão (ou lido uma segunda vez)
com letras miúdas no fim da página
que termina com beijo e desejo de bom dia.
6.25.2014
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